sábado, 30 de agosto de 2008

Venezuela - agosto/2008

Nossa segunda estada em Trinidad foi novamente sinônimo de trabalho, desgaste e despesa. O dessalinizador foi desmontado e levado para o fornecedor onde a maioria das peças foi trocada. O interior do barco ficou revirado nesse processo, como também revirados ficaram os lindos olhos azuis da Paula por aturar a bagunça mais uma vez.
Retiramos também o estai dianteiro e enrolador para trocar as devidas peças. Tive o prazer de caminhar alguns quilômetros debaixo daquele sol ajudando a carregar o trambolho de uns 18 metros, já que os trogloditas destruidores de barco estavam fazendo corpo mole para reinstalar o enrolador. Vale lembrar que dessalinizador e enrolador haviam sido recém-instalados. Estava tudo na garantia, não pagamos nada, mas ninguém nos pagou os diversos dias parados sem poder usar o barco, a encheção que é ficar correndo atrás das pessoas e tudo mais.

Enquanto limpava o fundo do casco ouvi um ruído estranho ao virar o eixo do hélice. Hmmmm... Lá vamos nós desmontar o acoplamento, trabalho que não tive coragem de executar sozinho, já antevendo a roubada. Não deu outra. Um clássico. Quem já mexeu com barcos e/ou peças e motores conhece a história: sempre tem um maldito parafuso. Ficamos quase quatro horas para conseguir soltar o desgraçado. Com a peça aberta, o diagnóstico fatídico – um novo acoplamento seria necessário. E teria que ser importado, óbvio.

Ah! E claro que sem essa peça, não dava pra usar o motor. E tivemos nessa mesma época que encostar o barco sem motor num movimentadíssimo píer, usando o bote como rebocador. Enfim... Sobrevivemos. E por falar em bote, trocamos o nosso por um novo, maior e mais leve. Mais leve ficou a carteira tambem.

Mas de novo, novos e bons amigos salvaram esses dias. Além do Eagle´s Nest, Thorgal e Milo One reencontramos o Torres e a Elisa do Kanaloa e o Cid e a Junia trabalhando duro no Orion. Conhecemos a Any, Michel e filhos no Samba. Todo mundo trabalhando muito. Conseguíamos nos encontrar às vezes para uma pizza ou numa escapadinha na piscina da marina ao final da tarde.

O stress foi maior porque queríamos estar com o barco pronto antes das férias do Alex.
Chegou o dia de eu ir ao Brasil buscá-lo e a pobre Paula ficou com uma boa lista de coisas por fazer, sob ameaças de chibatadas, caminhar pela prancha e outras barbáries caso tudo não estivesse tinindo em nosso regresso. Propositadamente ela deixou uma ou duas coisas incompletas, pois, no íntimo, masoquista, desejava ser impiedosa e sensualmente castigada por seu cruel capitão. Mas, sádico, privei-a deste prazer e ainda lhe trouxe biquínis e havaianas de presente, seus conhecidos pontos fracos.

Na viagem de avião ao Brasil tive que passar uma noite em Caracas e fiquei assombrado com o assédio no aeroporto. Mal desembarquei e fui cercado por uma série de pessoas oferecendo câmbio negro, táxi, hotel, etc. Até aí tudo bem, acontece em uma porção de lugares. Mas fiquei impressionado com a insistência e a agressividade. Entrei no banheiro e ao sair os caras estavam lá, me esperando! Busquei refúgio num balcão de auxílio a turistas e de lá saí para um hotel daqueles. Daqueles que você nem tem coragem de pisar descalço no chão do banheiro. Mega-roubada. Paciência. Ser pai é padecer no paraíso.

Em São Paulo tudo foi voando, mas a Pil e o Ricardo me acolheram em sua nova casa e facilitaram minha vida. Até consegui almoçar com meus bons e velhos amigos um delicioso churrasco.
Com o Alex a bordo ainda ficamos por mais uma semana em Trinidad finalizando os consertos e preparativos. Ele se esbaldou na piscina da marina e ficou amigo do Mako, do Samba.














Aguardamos a passagem de uma frente tropical e saímos junto com o Thorgal e outros dois barcos com destino a Los Testigos, uma ilha parque marítimo pertencente à Venezuela e distante umas cem milhas. O comboio serviu para dar a todos maior segurança, já que este trecho da costa Venezuelana – Península de Paria – é palco de muitos ataques a barcos, navegando ou ancorados. Poucos dias antes de sairmos um veleiro havia sido abordado nessa mesma rota e teve tudo roubado. Uma lástima. Nossa rota fazia um grande arco, afastando-se bastante da costa. Tudo transcorreu bem e chegamos sem incidentes.











Em Testigos, além dos mergulhos e passeios por praias lindas tivemos o privilégio de presenciar um espetáculo da natureza: pequenas tartarugas recém-nascidas dirigindo-se ao mar. E sorte das sortes, instantes após vimos uma gigantesca tartaruga sair do mar, arrastar-se vagarosamente para bem além da linha da maré, preparar um ninho cavando penosamente a areia, desovar, cobrir o ninho, percorrer a área adjacente em círculos de maneira a despistar possíveis predadores sobre a localização dos ovos e só depois voltar ao mar, num esforço que durou mais de duas horas. Acompanhamos tudo isso a menos de dois metros de distância. Um animal descomunal, verdadeiro monstro em seu tamanho e aparência, completamente indefeso fora de seu habitat natural. E nós e o Thorgal apenas como testemunhas sob uma lua praticamente cheia. Mágico!



Mas suspeitamos que o Ali se divertiu ainda mais pulando pelas imensas e íngremes dunas do local. Além de ter vibrado com duas cabeças de tubarão abandonadas por pescadores em outra praia que visitamos.


Recebemos a visita da guarda costeira e muito gentis pediram para revistar o barco.
Ficaram uns 20 minutos, abriram alguns armários e foram embora. Se realmente quisessem revistar tudo acho que ficariam uns dois dias. O Pajé e os veleiros em geral têm tantos buracos e cantinhos... Temos anotado onde estão as coisas, senão nunca mais acharíamos peças sobressalentes, ferramentas, brinquedos e mantimentos.


De Testigos fomos a Margarita, principalmente para dar entrada oficial na Venezuela e refazer nosso estoque de mantimentos. O Alex pescou seu primeiro peixe no corrico, uma bela cavala que virou uma ainda mais bela moqueca. Moqueca que apesar de deliciosa foi comida sob certa tensão com nossos amigos: entrou um ventão (raríssimo) pelo lado que a ancoragem fica desabrigada. Foi uma noite daquelas, super chacoalhada. Além do chacoalho todo mundo fica preocupado também com os outros barcos ancorados, pois se um arrastar a âncora leva um monte junto, que nem boliche.





No dia seguinte um barco ancorou muito próximo do Milo One e as âncoras se enroscaram quando os donos não estavam lá. Quando retornaram à noite começou o sufoco para desenroscar. Como o enrosco ficava cada vez maior, caí na água e fui nadando até lá e com muito esforço consegui desfazer a bagunça. Ainda bem que não estava ventando. Bonitinho foi o Ali (e a Paula, claro) preocupado comigo por entrar no mar à noite! Após deixarmos Margarita um velejador holandês foi atropelado e morto por um barco local enquanto nadava nesta mesma ancoragem. Aiaiai...
Poucos dias depois navegamos juntos com o Milo One para Isla Tortuga, 65 milhas a oeste.







Cubagua

Cubagua




Cubagua




Cubagua


Cubagua


Cubagua


Ancoramos em uma praia maravilhosa chamada Caldera. Além de nós outros 13 veleiros, todos franceses. Areia branquíssima, fininha. Na abalizada opinião do Alex, a melhor areia pra fazer castelo que ele já viu (cá entre nós, a areia era boa pra castelo mesmo, conseguimos fazer uns gigantes, com túneis, muralhas, pontes, o escambau). Caldera é uma península com uma pequena pista de pouso no meio, de um lado a ancoragem e do outro um lagoon, uma grande piscina natural com águas rasas, quentes e tons azuis esverdeados. E adivinhem? Estava ventando! Tome kite. O lugar é o paraíso. Tanto que o Alex foi de carona nas costas e nos divertimos a valer.















Numa tarde uma das nossas vizinhas de ancoragem nos convida para sua festa de aniversário na casa de um dos moradores da praia. Cada barco contribuía com 10 bolivares (uns 4 dólares) mais um prato. E a festa era temática: sexy!
O morador/pescador preparou o churrasco de peixe, a dona da festa encheu os convidados de ponche. E todos vestidos a caráter.
As meninas do Pajé e Milo One usaram bexigas de borracha para tornarem-se poderosas peitudas, os meninos usaram bexigas para tornarem-se poderosos pintudos. O Yvan ainda caprichou mais, foi de cueca e camiseta regata justinha. O legal é que todo mundo encarou a brincadeira e pagou o mico. A certa altura houve um concurso para eleger os mais sexy. Cada casal fazia uma apresentação. Não tenho certeza, mas provavelmente alguns galões de ponche já haviam sido consumidos e tava todo mundo desinibidinho da silva. Teve de tudo. O marido da aniversariante, um figura, teve a cara de pau de usar uma calcinha fio dental por baixo de um short florido esvoaçante e culminou sua apresentação exibindo (ou exibunda?) seu branco derrière a uma exaltada platéia feminina. Pajé e Milo One fizemos uma apresentação conjunta. Paula e Sabrina foram à frente com uma belíssima e ensaiada coreografia enquanto Yvan e eu procuramos não atrapalhar. Ficamos em um honroso segundo lugar, perdendo apenas para o casal aniversariante. Na próxima brincadeira as mulheres vendadas deveriam reconhecer seus respectivos maridos. Todos os homens sentados, elas tinham que apalpar as pernas até achar as do marido. Nenhuma errou, impressionante!

De lá fomos a uma pequena ilha adjacente chamada Cayo Herradura que, pasmem, tinha o formato de ferradura. A cor da água era inacreditável. A ancoragem era muito, muito rasa. Achamos o lugar o máximo, pois além da beleza havia apenas dois outros barcos quando chegamos – em Margarita havíamos dividido a ancoragem com outros 100 barcos.
Qual não foi nossa surpresa quando no dia seguinte começaram a chegar lanchas e mais lanchas. Descobrimos que era feriado prolongado na Venezuela, e parecia que todo mundo que tinha barco estava lá. Lotou! Luzes estrobo à noite, os adoráveis jet-skis, enfim, o pacote completo que normalmente acompanha as lanchas. Faz parte, mano.





Próxima parada: Los Roques, o parque marinho mais famoso e bonito da Venezuela. Saímos por volta de uma da manhã para chegarmos com o sol alto. Fica mais fácil para avistar os corais e passes. Na viagem dei uma bobeira e perdi a linha de corrico, uma pena. Dias depois consegui fazer um treco (não merece outro nome), em compensado, para enrolar a linha de corrico e substituir o perdido. Trabalhos manuais, como diria o Zé Maria...


Los Roques é muito bom. Não tem carros, mas também não tem um bom supermercado. Internet só em um lugar, sempre lotado. Mas quem aqui viajou atrás de supermercado e internet? A indefectível burocracia entretanto já chegou e passa bem. Caminhando naquele areião, debaixo do sol do meio dia, claro, fomos a 5 lugares diferentes e distantes uns dos outros para darmos entrada. Todos com seus múltiplos formulários e carimbos. O arquipélago todo é lindo, com muitas ilhas e múltiplas opções de ancoragem. Numa delas, Francisquis, encontramos o melhor lugar para velejar de kite até agora. O mergulho também é excelente. Vimos muitos peixes em meio a uma paisagem coralínea maravilhosa. Inclusive uma grande barracuda que ficou mostrando os dentes pra gente, tipo assim, nesse lugar quem manda sou eu. E como nenhum lugar é perfeito, em uma noite de pouco vento fomos impiedosamente atacados por ferozes mosquitos. Um inferno, não conseguimos dormir e amanhecemos cobertos de picadas.







Boca de Sebastopol

Francisquis



Francisquis



Nesse período o Ali jogou futebol, frescobol, peteca e inúmeras partidas de Uno. Fez brownie, cheese-cake, lasanha, lavou louça, preparou a mesa todos os dias, jogou videogame no Milo One, assistiu filmes, ouviu e dançou rock, rap, música popular e clássica, participou dos turnos noturnos, aprendeu algumas palavras em francês e espanhol, subiu no mastro, dirigiu o bote, ajudou a limpar o fundo do barco, viu golfinho, tartaruga, barracuda, pescou, nadou, mergulhou, velejou e nos encheu de perguntas, carinho e alegria. Ê vida máxima, como diria ele. Quando estávamos chegando de avião em São Paulo, ao final de suas férias, perguntei o que mais tinha gostado. Resposta: a piscina da marina em Trinidad e o hotel em Caracas, porque tinha TV a cabo com todos os desenhos animados...

Com a ida do Ali resolvemos ficar mais um tempo em Los Roques. Milo One também. Tornamo-nos grandes amigos. A Paula e a Sabrina têm a mesma idade e se dão muito bem, vivem as gargalhadas o tempo todo, provavelmente rindo de mim e do Yvan. O Yvan também gosta de velejar e mergulhar e nos dedicamos o quanto podemos a essas atividades.











Francisquis


Visitamos muitas ilhas em Los Roques e mergulhamos muito, com algumas velejadas de kite e windsurf quando o vento estava bom. No inverno venta muito aqui, mas no verão os ventos são irregulares. A pesca submarina é proibida, mas sempre apanhávamos algo corricando entre uma ilha e outra. Muito peixe. De certa feita fisgamos uma barracuda e ao barco só chegou a cabeça! Aqui é a terra, ou melhor, o mar das barracudas. Sempre que ancoramos num novo lugar, passa um pouquinho e lá vem uma barracuda conferir. Nos mergulhos a mesma coisa.





Mosquises




Mosquises



Mosquises



Mosquises



Nordisquis



Nordisquis

Nordisquis



Os pelicanos são um espetáculo a parte. Enormes e desajeitados se atiram de qualquer jeito na água a cata de peixes. Ao retornar à tona as gaivotas ficam atazanando procurando roubar o eventual pescado.

Nossa última ancoragem em Los Roques foi em Cayo de Água, próximos a um banco de areia onde a água adquire um tom azul maravilhoso. A extensão de águas rasas e claríssimas em Los Roques é tão grande que as nuvens chegam a ficar esverdeadas pelo reflexo da água.



Cayo de Agua



30 milhas a oeste está o arquipélago de Aves de Barlovento, aonde chegamos depois de uma breve motovelejada. O que era bom ficou melhor. Ancoramos em um local bem próximo a barreira de corais, com o marzão quebrando logo ali e a gente boiando numa piscina azulzinha, azulzinha. Na manha seguinte uma imensa nuvem negra veio se aproximando. Em poucos minutos o vento subiu para mais de 40 nós junto com um chuvão impressionante, ainda bem que por pouquíssimo tempo. As âncoras e correntes trabalharam bastante enquanto o vento zunia nas mastreações. Numa rajada foi-se uma das pás de um gerador eólico.



Além de tão bonito quanto Los Roques, Aves é ainda mais deserta e não é um parque nacional. Pode-se mergulhar com arpão e garantir o jantar.
Caímos na água todos empolgados e vimos muitos, muitos peixes, mas nenhum que valesse a pena apanhar. Muitos budiões, chamados de peixes papagaio por aqui, enormes e coloridos. E barracudas. Gigantes. E como são invocadas e espertas, muito difícil arpoar. Quando já estávamos desanimando vimos um cardume de lulas de recife por ali. Cheguei bem perto, pensei, pensei, pensei e tchanck! Arpoei uma e foi aquele jorro de tinta preta. Quando clareou percebi o tamanho das bichas, bem grandinhas. A Paula estava por perto e falou: um macarrão com lula não iria mal...
Só que elas ficaram espertas e não permitiam mais aproximação. Após muitas tentativas desenvolvemos uma técnica: a Paula ficava de um lado, próxima ao coral nadando lentamente enquanto eu ia longe, para águas mais profundas e me aproximava pelo outro lado e mais abaixo. As lulas iam se agrupando cada vez mais no raso e próximas ao coral. Às vezes elas tentavam escapar ao cerco, mas nadávamos na mesma direção e elas voltavam a ficar entre nós. Quando estávamos bem próximos, atirávamos, com a Paula espetando as suas devidamente. Demorava bastante pois depois de cada cerco elas debandavam e tínhamos que aguardar para reiniciar o processo. Foi divertidíssimo. Apanhamos oito lulas que após limpas renderam mais de um quilo e uma saborosa macarronada desfrutada com o Yvan e Sabrina.



De Aves de Barlovento fomos a Aves de Sotavento, umas 3 horas de navegada. No meio entrou um ventão daqueles. Ancoramos protegidos por uma pequena ilha. Na madrugada o vento rondou para sudoeste (muito raro) e ficamos a descoberto e balançando muito. Estamos nos especializando em ventos raros...

Navegar por aqui é sempre com muita atenção, porque as cartas não são nada precisas. Em geral o GPS mostra um erro em torno de meia milha, o que num lugar repleto de corais e passes é mais do que suficiente para fazer besteira.

Mudamos a ancoragem na manhã seguinte e paramos bem próximos a barreira de coral e com uma imensa piscina de água transparente a nossa frente. Imensa mesmo, quilômetros de extensão. Fabuloso.




Para chegar nessas ancoragens muitas vezes vamos fazendo zig-zag no meio dos corais. Falando nisso, durante a visita do pessoal da guarda costeira eles nos contaram que um navegador solitário havia encalhado e perdido seu barco pertinho de onde estávamos. Perguntei como tinha acontecido e eles disseram que o cara estava com diarréia e entrou para ir ao banheiro... Foi interrompido pelo baque do barco batendo nos corais. Que cagada!






E fomos tentar pegar nossos peixinhos de novo. Mergulhamos num pequeno coral próximo e nos deparamos com uma quantidade e diversidade absurda de peixes para um espaço tão pequeno. Vimos muitas barracudas juntas pela primeira vez. Até aqui sempre as avistávamos sozinhas, mas nesse pequeno coral elas estavam num cardume. Mas, como sempre, difíceis de acertar. Persegui uma e enquanto nadava ela se voltava e mordia a água, tentando intimidar. E bastava nos virarmos elas vinham atrás, 3 ou 4, bem próximas as nadadeiras. Ô bichinho invocado.

Como não acertávamos as barracudas, fomos mergulhar na grande barreira junto ao mar aberto. O Yvan em 10 minutos pegou duas boas lagostas. Demorei um pouco mais, mas valeu a pena: consegui um lagosta gigante, nunca tinha visto uma tão grande assim. Com as antenas media um metro. Só de cauda, mais de 25 cm. Foi uma festa. Lemos num livro francês que essa lagosta é chamada “royale”. Merece o título. E que jantar!

No dia seguinte voltamos à barreira de coral, mas nada de lagostas. Yvan viu uma assustadora barracuda gigante e em seguida enfrentou um cara a cara com um tubarão de dois metros... Voltamos ao pequeno coral próximo aos barcos e em 15 minutos vi uma tartaruga, uma arraia e finalmente consegui arpoar uma daquelas desaforadas barracudas, que passou por um tranqüilo processo de digestão no meu estômago enquanto escrevia estas mal traçadas linhas.

Pouco após limpando o casco do Pajé a Paula avista a menor lagosta. Tão diminuta e transparente, uma excelente camuflagem. Mal conseguíamos avistá-la. Fotografamos e devolvemos ao mar. Tomara que vire mais uma “royale” gigante.

A navegada para Bonaire foi super tranqüila, motorando contra o vento “raro” sudoeste. Os famosos ventos alíseos são bem irregulares nesta época, pena.
Nossa intenção é passar um tempo por aqui com supermercado e internet, viva a civilização...